No início do século XVI, fr. Mateus de Bascio, sacerdote da Ordem dos Frades Menores, jovem de pouca cultura mas com jeito de pregador popular, pertencia ao grupo, que na Província das Marcas reclamava a liberdade de observar a Regra ao pé da letra. Disse que teve uma visão, em que o próprio São Francisco o confirmou em sua atitude, no qual viu também que o hábito do Seráfico Pai não era o mesmo que então vestiam, mas muito mais rude e com capuz pontiagudo costurado à túnica. Adotou esta veste, e deu-se à prática literal da Regra. Por não contar com a aprovação de seus superiores, uma noite saiu secretamente de seu convento de Montefalcone e foi para Roma. Obteve de Clemente VII, a permissão para observar a Regra segundo seus desejos, vestir o hábito que já levava e andar pregando por toda a parte. Começou a anunciar a palavra de Deus, com grande fervor. O Provincial João de Fano mandou encarcerá-lo, como fugitivo e vagabundo, no convento de Farano. Quando estava preso havia uns três meses, a notícia chegou a Catarina Cibo, duquesa de Camerino, sobrinha de Clemente VII, que o venerava, porque exercera heroicamente a caridade junto aos empesteados em 1523, e exigiu imediatamente sua libertação. Em fins de 1525, apresentavam-se ao mesmo provincial os irmãos de sangue fr. Ludovico e fr. Rafael de Fossombrone, pedindo permissão para retirar-se a um eremitério com outros companheiros, para observar a Regra em toda a sua pureza. Com a negação, eles fugiram e foram refugiar-se entre os conventuais de Cingoli. O provincial apressou-se em conseguir um breve pontifício, declarando apóstatas Mateus de Bascio e os dois irmãos. Eles pediram alojamento no eremitério dos Camaldulenses de Massaccio. Para prevenir-se contra novas investidas, Frei Ludovico, julgou mais conveniente passar para a dependência dos conventuais, com a mediação da influente duquesa. O Geral dos conventuais os recebeu deixando-lhes livres para viver conforme suas aspirações. Catarina Cibo, apresentou uma petição de Ludovico e Rafael a seu tio, Clemente VII, quando este se encontrava em Viterbo. Depois de prudente exame, o Papa expediu a bula "Religionis Zelus" à 3 de julho de 1528, que dava existência jurídica à nova fraternidade. A Ordem Capuchinha estava fundada. A duquesa fez publicar imediatamente o documento, na praça pública de Camerino, e em todas as igrejas de seus domínios. A bula era dirigida a Ludovico e Rafael de Fossombrone e continha os seguintes pontos: faculdade para levar vida eremítica, seguindo a Regra de São Francisco, para usar barba e o hábito com capuz piramidal e para pregar ao povo; os reformados ficavam sob a proteção dos superiores conventuais, porém sob o governo direto de um superior próprio com autoridade semelhante aos dos provinciais; estavam autorizados a receber noviços, tanto clérigos como leigos. Com a bula "Religionis Zelus" um grande número de observantes e alguns noviços foram unir-se aos Capuchinhos; foi preciso multiplicar os eremitérios e pensar numa organização mais planejada. Em abril de 1529, convocou-se o primeiro Capítulo (assembléia), formado por doze religiosos, com o fim de eleger os superiores e redigir as Constituições. Realizou-se no eremitério de Albacina. Ali foram escritas, à luz da oração e da letra da Regra, as primeiras Constituições, cujo conteúdo pode resumir-se nos seguintes pontos: 5. Não se admitem avalistas ou procuradores. As casas sejam edificadas fora das cidades e continuem sempre como propriedade dos benfeitores; na medida do possível, se construa de vime e barro; as celas sejam tão pequenas e estreitas, que mais pareçam sepulcros. Haja uma ou duas ermidas afastadas do convento para os frades que queiram retirar-se com toda a liberdade para viver em oração e levar vida mais rígida. Em cada casa não haja mais que sete ou oito religiosos; nos conventos mais importantes, dez ou doze, no máximo. As igrejas sejam pequenas e pobres. | ||||||
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
A Reforma Capuchinha.
Trocando o hábito pelo tênis.
O Hábito
O menino que jogava futebol em Candido Mota, interior de São Paulo, nunca pensou em ser corredor, mas sempre levou uma vida religiosa. Criado pelos pais, o interesse de sua família pela espiritualidade sempre foi algo latente. Entretanto, Frei Orlando acredita que convivendo com seus familiares a total dedicação aos estudos religiosos era difícil de ser colocada em prática.
Assim, quando seus pais “partiram desta vida”, já estava mais orientado e pode seguir a vida religiosa. No interior do Estado, trabalham alguns Freis Capuchinhos, de quem Frei Orlando teve o acompanhamento e orientação, para certificar-se de que estava no caminho certo. “Tinha 33 anos quando comecei este estudo. Desde menino era visitado nas escolas pelos missionários, mas como era criança isso ficava disperso. Entrei na Ordem bem maduro, já com experiência e sabendo o que queria, o que facilitou minha decisão, diferente de quem entra quando muito novo”, disse.
Segundo Frei Orlando, a Ordem dos Frades Capuchinhos segue uma formação diferente do Catolicismo. De qualquer forma, existe o curso de quatro anos de duração sobre a vida religiosa, teologia, “um curso bem completo”. Muitos dos frades optam para ser irmãos, o que não é o caso do corredor. “Sou frei, mas não rezo Missa. Sou irmão a serviço da fraternidade. Trabalhos dentro da própria igreja, ou com Pastoral, atendimento com o povo, inserido na comunidade. A formação que tive é completa, mas o tipo de atividade que escolhi é diferente”.
O Tênis
“Comecei correndo dez minutos, e quando vi, já estava correndo duas horas sem parar. Foi então que achei que já estava pronto para participar de uma prova – mesmo não sabendo se faria um tempo bom”. Foi com coragem e determinação que o corredor inscreveu-se na São Silvestre, em 1998. Foi bem. Completou a prova em 1 hora 27 minutos. E desde então corre a tradicional prova paulistana, todos os anos.
A história entre a Corpore e Frei Orlando começou por meio de um corredor amigo seu, Dr. Amaro. Foi este amigo quem fez sua associação na entidade, o apresentou para a equipe de funcionários, “por que eu estava ainda meio perdido”, lembra. “Hoje me sinto como irmão de algumas das meninas que trabalham lá, pois elas são muito gentis e delicadas. Comecei a freqüentar os Treinos Técnicos, e a me aproximar dos diretores como o Edgard Santos (Secretário Geral Corpore) que é muito atencioso com o todo o pessoal. Se não fosse por esse apoio, nem sei se continuaria correndo, pois após a primeira São Silvestre, a prova seguinte que participei foi a Corrida Bombeiros Corpore, na qual fui inscrito pelo mesmo amigo Amaro, que tanto me apoiou”.
Nos anos de 2001 e 2002, Frei Orlando ficou entre os cinco primeiros do Ranking da Corpore. “É uma sensação ótima, pois a expectativa de conseguir isto é muito grande. Quando chega a hora, além de ser algo muito bom, o Ranking Corpore estimula o treino”, acrescentou.
A prática esportiva de Frei Orlando é conhecida pelos paroquianos da região. “Tem muitos domingos que eles não me vêem aqui, já que estou nas corridas, então, no domingo seguinte já perguntam: ‘e aí Frei, foi correr aonde? Como foi?’”. O interesse dos amigos é imenso. Frei Orlando diz que mesmo o comentarista da Missa conta aos presentes seus resultados e conquistas e “todo mundo bate palma, cumprimenta, é muito legal”.
O Exemplo
Frei Orlando acredita que quando as provas são organizadas, a união entre os corredores fica ainda mais evidente, fortalecida: “Como nas provas da Corpore, onde todo mundo se respeita e corre com animo e vontade”, completou.
São Félix de Cantalicio
Cantalicio , Rieti, 1515 – Roma, 18 maggio 1587.
Trabalhou de no campo até os 30 anos , quando entrou no Convento na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.Quase que imediatamente recebe o serviço de frade esmoler, o frade que pede esmolas para sustentar o convento, os capuchinhos como muitas de outras Ordens são conhecidos como mendicantes, porque viviam de esmolas. São Felix exercita esse trabalho com exemplar simplicidade por quarenta anos na cidade de Roma. Um homem de oração conntinua, humilde e alegre, que percorre as ruas de Roma, assistindo os doentes, os pobres, para os quais também pedia esmolas, e convidando as crianças a cantar os louvores de Deus. Ficou conhecido como “ frade Deo gratias” pela sua habitual saudação. Foi amigo de São Felipe Neri e São Carlos Borromeu o procurava para conversar foi canonizado pelo Papa Clemente XI em 1712. Um frade menor capuchinho de austeridade e simplicidade admiravel, que por quarenta anos se dedicou a recolher esmolas, espalhando em torno de si, a paz e a caridade. Felice Porro nasceu a Cantalicio, seguramente em 1515, ainda menino se tranferiu a Cittaducale, onde ajuda na casa dos Picchi, como pastor e como campones. Alimentou uma nata inclinação para a vida de austeiradade, escutando ler a vida dos Padres Nos primeirosmeses de 1544, depois de escapar de milagrosamente de um touro bravo, sem nenhuma consequencia grave, decide colocar em prática um desejo seu de fazer-se religioso entre os frades capuchinhos Completou o ano denoviciado a Fiuggi e em l maio de 1545 emetiu a profissão dos votos no convento de S. Giovanni Campano.Logo depois de dois anos nos convento de Tivoli e di Viterbo-Palanzana e, mais ou menos ao fim de 1547 ou inicio de 1548, se trasferiu a Roma, no convento de S. Bonaventura (attualmente S. Croce dei Lucchesi vizinho ao Quirinale), onde ficou por quaranta anos da sua vida como esmoler de pão e vinho para os seus co-irmãos.
Felix foi de temperamento mistico. Dormia algumas horas por noite , talvez duas ou tres e passava o resto da noite em oração na Igreja, passava o tempo na contemplação dos mistérios de Jesus. Nos ultimos anos da sua vida comungou cotidianamente.Nos dias festivos fazia a peregrinação a sete Igrejas ou visitava os doentes nos varios hospitais a Roma . Tinha uma grande devoção a Virgem Mãe de Deus, que aparece muitas voltas. No seu contato cotidiano com o povo foi muito eficaz conselheiro espiritual da gente humilde e mesmo da aristocracia romana do renascimento. Por muitos anos depois da sua morte, 18 de maio de1587, os rapazes e as senhoras seguiram cantando uma balaca composta pro ele como essa.
"Gesù, somma speranza,
del cuor somma baldanza.
Deh! dammi tanto amore,
che mi basti ad amarti ";
ou mesmo
" Se tu non sai la via
d'andare in paradiso,
vattene a Maria
con pietoso viso,
ch'è clemente e pia:
t'insegnerà la via
d'andare in paradiso".
Foi amigo de São Felipe Neri e de Sisto V, ao qual predisse o papado admoestando a comportar-se retamente, e que fez celebrar o processo canonico no mesmo ano da sua morte (junho-outubro de 1587) com a intenção de canonizar-lo imediatamente, pois os milagres operado pelo santo eram ainda presentes, e logo depois da morte era na boca de todos. Mas de fato Felix foi beatificado a 1 outubro de 1625 e canonizado por Clemente XI a 22 maio. O seu corpo repousa na Igreja da Imaculada Conceição , que fica na Via Veneto em Roma, onde foi transportado a 27 de abril de 1631. A sua festa litiurgica se celebra no dia 18 de ma